terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

,vô, eu não sou muita boa com títulos, então o senhor por favor, atribua um se quiser.. geralmente os faço em inglês, ou coloco um nome de uma comida legal.. mas esse título aqui devia ser especial, só que não há nesse mundo, palavra que o caracterize.




enfim, eu não sou muita boa não é só com os títulos, é com as palavras também.. mas eu vou tentar expor aqui grande parte do que eu jamais conseguiria falar.



eu nunca tive um relacionamento muito legal com o meu pai (Carlos Renato de Carvalho), e no fundo no fundo, nunca tive um relacionamento muito legal com as pessoas em geral. É, sempre as tratei muito bem (algumas né), mas em outras, deixei a desejar. Mas isso não importa, sempre consigo falsamente soar agradável quando eu menos espero pra estar em casa sozinha, ou sem essa pessoa com a qual eu estou sendo falsa em meu lado.. Voltando a falar do meu pai, eu sempre me postei como boa filha, não quero motivos mais na frente pra ser o desorgulho da família, sempre aguentei muita coisa calada também, e vou continuar aguentando, até quando eu puder (e eu ainda não atribuí limitações pra nada do tipo). Sempre assisti a filmes em que a relação da filha com a mãe é péssima, e que o pai dela é super amigo.. ou a filmes em que a filha não conhece o pai, mas que depois viram amigos para sempre.. Assisti também situações em que a filha não gosta muito do pai, briga com ele, mas no final, é tudo que ela tem.. A filmes que mesmo que a relação entre pai e filha seja distante e fria, eles têm um pelo outro um amor inestimável, grande mesmo, e impagável.. E eu sei, posso estar pecando, mas em nenhuma dessas situações me imaginei com meu pai, nem em partes de brigas, muito menos em partes de amizade.. ele pode até ter mudado alguma coisa na maneira de me tratar, pode ter melhorado algum defeito e aperfeiçoado alguma qualidade, mas sempre relacionei essa figura paterna dos filmes ao senhor.. E acredito que não foi em vão. Até porque me lembro de situações que dariam ótimas partes de filmes, eu pelo menos, assistiria incansáveis vezes essas partes.. Partes em que a filha (neta) fica doente, com problemas respiratórios especialmente, e é cuidada pela avó, que parece mais um anjo em sua vida, já que a mãe está trabalhando, e a figura do pai é constantemente ausente, e o avô ajuda, cuida, e faz as vontades dela, sem mimar, ou mimando um pouco, defendendo a neta até debaixo d'água, e o pior de tudo, é que defende, mesmo sabendo que ela pode estar errada, tapa os olhos, e automaticamente, tapa os erros dela, defendendo-a da situação de "perigo" com a mãe. É engraçado, rsrs, mas são atitudes, ou foram atitudes que fariam parte do melhor filme que eu nunca assisti, pois não precisei, eu o vivenciei maravilhosamente.



E lembrar disso, dessas situações que fazem a melhor parte de toda a minha memória, me traz uma doce nostalgia, algo que é inesplicavelmente maravilhoso, uma lembrança com saudades que tenho de tudo que vivi. E geralmente, tem uma música pra cada melhor momento que já vivi na vida, é, isso é um segredo meu, por isso escuto músicas o dia inteiro, pode ter certeza que estou lembrando de alguma coisa.. Existe também cheiros e comidas que me lembram algo, que podem até causar uma saudadezinha, mas que passa rápido, e nem machuca.. E os momentos que o senhor me proporcionou, que o senhor me fez enxergar e conhecer o pai mais maravilhoso do mundo é especial, porém, ele não tem música nenhuma.. Pode até ter, ou pode um dia haver uma música que vai me lembrar isso, ou uma comida, ou um cheiro, mas nenhuma música, com nenhuma linda palavra, me faz lembrar o que passamos juntos. Eu acho que nem se tirasse a melhor parte de todas as melhores músicas que eu conheço, nao iria formar algo que pudesse explicar o que sinto quando lembro o quão bom Deus foi comigo em me fazer escolhida por ter o senhor aqui.



Eu lembro de coisas como quando íamos na "mercearia do Roberto" fazer a "feirinha", podia ser algo insignificante pro senhor, ou pra quem visse ou soubesse, mas pra mim sempre representou muito, cada dia daquele valeu mais que muitas coisas que já vivi, e coisas boas.. Dias como íamos na feira mesmo, sábado a noite, e o senhor segurava a minha mão pra atravessarmos a rua. Dias de quando eu tinha febre, ou me faltava o ar, que o senhor comprava pra mim coisas que me agradavam, pra me ver sorrir, ou sei lá, mas que me faziam sorrir. Dias que enfeitávamos juntos a árvore de natal, e dias que íamos juntos fazer as compras nos supermecados, que era um dos meus programas preferidos. Dias em que eu deitava na sua barrigona e a gente assistia ao Ratinho e seus testes de DNA, rsrs, era muito bom, e tudo aquilo sempre foi muito especial pra mim. Coisas ridiculamentes fútei, inúteis e passageiras, mas que nem todo o dinheiro do mundo compraria. Bom, EU jamais venderia. Tantas vezes no araguaia, lembro de uma vez que o senhor me jogou na agua, e foi o senhor que me chamou pra brincar, esse foi, com certeza, um dos dias mais felizes de toda a minha vida. E vários outros dias, que passaram. Dias de copa do mundo, dias de natal, viradas de ano novo (e uma que passamos só eu, o senhor e o Stuart, se lembra?!), dias de churrascos, dias de poker, dias com a família, várias brigas já, mas foram mesmo assim, brigas lindas, que eu guardo felizmente em mim, e que vou levar comigo sempre.



E toda vez que precisava de um pai, ou que só queria um exemplo de um, eu me espelhava no senhor, sempre durão, rsrs, mas eu sei que no fundo é a melhor pessoa do mundo. E eu sei também que sempre que eu precisar vou poder me espelhar no senhor, e as vezes vô, é de saber isso que fico feliz. Tem dias que nada dá certo pra mim, e tem dias que pretendo morrer, mas eu olho pras pessoas que eu mais amo no mundo, e eu já melhoro.



Lembro uma vez, que me marcou muito, que foi quando eu e o senhor estávamos na feira a noite, e na hora de atravessar a rua (eu devia ter uns 08 ou 09 anos), o senhor segurou a minha mão, e eu olhei pro senhor, como um cachorro olha pra um osso gigante, e perguntei pro senhor: "- vô, eu posso te chamar de pai?", e o senhor olhou pra mim, e riu com essa situação meio que nunca esperada né, e falou: "- mas você já tem um pai. Ele que é seu pai", eu assenti, e continuei chamando o senhor de "vô", mas eu sempre queria te chamar de pai, porque o senhor sempre foi o pai que eu tive, quando o meu estava ausente. Não é que eu queria chamar o meu avô de pai, é que eu queria chamar o meu ídolo de pai. Eu nunca esqueci isso, não sei porque, mas acho que é porque não vejo a minha vida sem o senhor, vô.



Enfim, eu te amo muito, e queria que soubesse que mesmo as vezes que sou arrogante, ou as vezes que não tenho paciência, a culpa é minha, é problema de escola, ou com a minha mãe, ou algo do tipo. NUNCA é o senhor, e nem poderia ser.. Não tem motivos pra isso. Eu te amo demais.





15/02/10.

3 comentários:

Jess. disse...

lindo Thais *-* Perfeito :)

Isabella M. disse...

meu olho encheu de água.juro ):

Seaside disse...

oun gente, obrigada *-*

 

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